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domingo, 15 de agosto de 2010

Artigo

Os desafios e obstáculos

Sandra Maria Alves Barbosa Melo *

(27.07.10) Os desafios e obstáculos são relevantes para nova práxis de aprendizagem. Enxergamos, escutamos e vivemos, com freqüência, situações de crises, tanto externa (econômicas, políticas, sociais) quanto interna (inter e intra-psíquicas). Por isso, pintadas de bom humor, de disponibilidade, de coragem, de ousadia, são sempre bem vindas.

A psicopedagogia possibilita o aprender/reaprender nos níveis formal e informal. Nossas facilidades e dificuldades estão em ambos, pois trazemos nossa história (pessoal familiar e social) uma modalidade que oportuniza tanto o aprender quanto o não aprender. Engano pensar que existe uma dicotomia entre esses pólos.

O não aprender não é um estado permanente, é impulso para o desejo de aprender o que se dá na escola (nível formal) e na família (nível informal) e na sociedade (ambos). Por outro lado, devemos tolerar a frustração de sermos incapazes de aprender tudo.

Nada ou tudo é só da família, ou só da escola, ou só do social, relações que se integram e se formam no ser humano. Portanto a responsabilidade de construção da cidadania de uma sociedade mais humanizada depende de todos nós!

Segundo Barbosa (p.99. 101 2001) O processo de aprender é interpretado por estudiosos de diversas maneiras, o que origina fundamentos diferentes e intervenções distintas. Em outras palavras, a leitura que se faz da aprendizagem resulta em uma teoria, que volta para a realidade em forma de metodologia e de relação professor (a)/aluno(a), modifica-se e permite a novos leitores a percepção desta teoria revelada na prática. Este é o movimento da práxis educacional que aparece de distintas formas nas tendências pedagógicas que coexistem no momento histórico atual.

Piaget, um dos representantes desta forma de pensar, faz, segundo Furth (1974), uma distinção entre aprendizagem no sentido restrito e no sentido amplo. A primeira refere-se à aquisição de um novo conhecimento e está ligada ao meio, enquanto que a segunda se compara ao desenvolvimento e refere-se à estruturação interna do individuo. A dificuldade em aprender, nesta visão, supõe uma falha na estruturação cognitiva do sujeito, culpa-o pela inadequação do conhecimento que está relacionada a esta estruturação. O difícil faz parte do processo de aprender na medida em que promove um desequilíbrio ótimo (COOL, 1987), que mobiliza o individuo em busca do equilíbrio.

Quando o desequilíbrio ultrapassa esse grau, pode obstaculizar este processo e caracterizar-se como um problema que necessita de intervenção diferenciada. A intervenção neste caso supõe a estimulação de competências intelectuais existentes. Numa visão sócia - interacionista, o ser humano é considerado um ser social, pois aprende a desenvolver-se a partir da interação com a cultura em que está inserido, mediante o contato com várias instâncias de mediação.

Freud nos ensinou que só podemos ter prazer se tolerarmos o desprazer, e é relacionando com o desprazer que aprendemos a vivenciar. Portanto o prazer e desprazer nos rodeiam o tempo todo. Assim vamos aprendendo a arte de viver a vida.

Referência Bibliográfica - COOL. C. As Contribuições da Psicologia para educação. Teoria Genética e aprendizagem escolar. In Leite, LB. Piaget e a Escola de Genebra. São Paulo. Cortez, 1987 (p. 164- 197);
- BARBOSA. Laura Monte serrat. A Psicopedagogia no âmbito da instituição escolar- Curitiba: Expoente. 2001;
- FURTH.H.G. Piaget e o conhecimento, Rio de Janeiro Forense Universitária, 1974.

Sandra Maria Alves Barbosa Melo
Profª Ceja Profª Marisa Mariano da Silva
Coordenadora do Fórum EJA de Barra do Garças MT
Pedagoga. Espc. em Psicopedagogia, em Teoria
da História e História Regional e em PROEJA.

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